Eu já escrevi duas postagens sobre a PBO, e volto novamente ao tema pra falar sobre o uso de kinesiotape no tratamento de crianças.
Se quiser conferir as postagens anteriores, os links são:
Bandagem elástica funcional em pediatria
O quiroprático
Japonês Kenzo Kase desenvolveu uma bandagem adesiva extensível, batizada de
Kinesiotape. Esta bandagem ganhou publicidade mundial em 1988 quando foi usada
pelos atletas japoneses nas Olimpíadas de Seul. Apesar de ser um recurso relativamente
recente, a Kinesiotape vem se tornando cada vez mais popular nos consultórios
de fisioterapia das mais diferentes especialidades.
Aqui vale uma pequena
observação: o nome “Kinesiotape” se refere a uma marca de bandagem elástica
funcional (também chamada bandagem neuromuscular proprioceptiva). Esta
associação entre o fabricante e o produto é o mesmo fenômeno que acontece
quando a gente vai na papelaria fazer uma fotocópia e pede pro atendente tirar
uma “Xerox”. Embora kinesiotape seja a mais famosa, podemos facilmente
encontrar outras marcas de bandagem elástica no mercado, como a kinesiosport,
Kinesiology Tape, Fisio Tape, etc. Sinceramente, não sei dizer se existe uma
marca melhor que a outra. Apesar de falar o tempo todo em kinesiotape, não
ganho nenhum “faz-me-rir”do Sr. Kenzo Kase (mas estou aberto a propostas
rsrsrsrs).
... mas voltando ao
assunto: o mais interessante é que apesar de seu uso em ortopedia e
fisioterapia desportiva, a kinesiotape também foi adotada por muitos
fisioterapeutas que trabalham em pediatria. Isso se deve principalmente por duas
características marcantes:
FUNÇÃO MECÂNICA:
Graças a suas propriedades elásticas, esta bandagem é capaz de oferecer apoio aos músculos e articulações sem limitar excessivamente a ação dos mesmos. Além disso, não sai facilmente na água e pode ser usada por vários dias. Para mim, é quase como se ela funcionasse como uma mão extra. Aliás, quem já tratou crianças pequenas sabe o desafio que é segurar os pequeninos, corrigir sua postura, estimular o movimento e oferecer brinquedos (tudo isso ao mesmo tempo). Nessas horas, qualquer recurso que lhe ajude, mesmo que minimamente, é um recurso bem vindo.
Graças a suas propriedades elásticas, esta bandagem é capaz de oferecer apoio aos músculos e articulações sem limitar excessivamente a ação dos mesmos. Além disso, não sai facilmente na água e pode ser usada por vários dias. Para mim, é quase como se ela funcionasse como uma mão extra. Aliás, quem já tratou crianças pequenas sabe o desafio que é segurar os pequeninos, corrigir sua postura, estimular o movimento e oferecer brinquedos (tudo isso ao mesmo tempo). Nessas horas, qualquer recurso que lhe ajude, mesmo que minimamente, é um recurso bem vindo.
FUNÇÃO PROPIOCEPTIVA
Segundo o fabricante de kinesiotape, as características da pele da criança (pele mais fina do que os adultos e maior área de superfície corporal quando comparada aos adultos) a torna especialmente sensível para a estimulação dos mecanoceptores encontrados na epiderme e na derme. Com relação aos pacientes pediátricos, esta melhora da informação proprioceptiva teria como resultados: [1] melhora da percepção da criança em relação a sua movimentação; [2] auxiliar a contração muscular; e [3] ajudar na correção de desvios articulares, na sensação de dor ou desconforto ao movimento.
Segundo o fabricante de kinesiotape, as características da pele da criança (pele mais fina do que os adultos e maior área de superfície corporal quando comparada aos adultos) a torna especialmente sensível para a estimulação dos mecanoceptores encontrados na epiderme e na derme. Com relação aos pacientes pediátricos, esta melhora da informação proprioceptiva teria como resultados: [1] melhora da percepção da criança em relação a sua movimentação; [2] auxiliar a contração muscular; e [3] ajudar na correção de desvios articulares, na sensação de dor ou desconforto ao movimento.
Além disso, eu
defendo a idéia de que os efeitos da tensão gerada pelas bandagens são melhor
aproveitados pelas crianças simplesmente pelo fato dos seus músculos ainda
serem pequenos e relativamente fracos; assim, a correção mecânica proporcionada
pela bandagem, ou o efeito de facilitar um movimento são mais efetivos do que
num adulto (esta é apenas minha opinião, ainda não tenho um embasamento
científico para defender este ponto de vista).
Gostaria de
compartilhar algumas impressões sobre o uso deste recurso como coadjuvante no
tratamento de crianças com Paralisia Braquial Obstétrica. Como de praxe fiz uma
busca por artigos que pudessem embasar esta postagem. Os links estão no final
da postagem.
BANDAGEM ELÁSTICA FUNCIONAL em Paralisia Braquial
Obstétrica
Em casos de PBO,
observa-se desequilíbrio muscular no membro superior. No caso da paralisia de
plexo superior (Erb-Duchenne), utilizo a bandagem que favorece a rotação
externa do ombro, e a que favorece a supinação de antebraço. Estas são as
bandagens de escolha justamente para evitar, ou ao menos minimizar a postura de
“garçom pedindo gorjeta”.
Abaixo algumas ilustrações da bandagem que facilita a rotação externa de braço.
Agora ilustrações da bandagem que facilita a supinação de antebraço.
Já nos casos de lesão
de plexo inferior (Klumpke), ocorre acometimento principalmente dos músculos da
mão. A bandagem que eu mais utilizo é a de auxílio a extensão de punho.
O video abaixo apresenta a bandagem para extensão de punho:
Reforço que estas
bandagens não são tratamentos isolados, mas sim coadjuvantes ao tratamento de
fisioterapia.
Abaixo seguem links para quem quiser aprender um pouco mais sobre bandagem elástica funcional em pediatria.